Um grupo de jovens piracicabanos
ligados ao hip-hop realiza, aos sábados, às 19h30, próximo ao coreto da praça José Bonifácio, a Batalha Central, desafio de rimas improvisadas. O projeto visa discutir música, trocar informações sobre hip-hop, marcar eventos esportivos e, é claro, realizar a disputa e investir no talento dos MC's da cidade. A Batalha da Santa Cruz, que acontece em São Paulo há três anos em frente à estação de metrô de mesmo nome, inspirou a iniciativa. Daniel Tejera, 24, que é professor de educação física, sempre teve ligação com a cultura do hip-hop e estuda até desenvolver seu projeto de mestrado sobre o assunto, teve a iniciativa de implantar a batalha na cidade. Convidou o amigo Robson Ribeiro, 25, que aceitou a idéia prontamente. "Foi como se ele estivesse apenas esperando a proposta, disse na hora que queria fazer", conta Tejera. Os idealizadores então foram atrás de mais gente para compor a organização. Chegaram a Fábio Santos, 28, da ONG experimental Adescup (Associação Desportiva Social Cultural de Piracicaba), que está implantando a Cufa (Central Única das Favelas) em Piracicaba, e ao DJ Christian Cesar de Souza, 24, ambos com anos de experiência e conexão com o hip-hop. Contando também com a divulgação de uma rádio comunitária e o apoio de um outro amigo, que fez a arte do panfleto, estavam prontos para começar. Participam da batalha até oito competidores, em chaves de mata-mata. Quem perde sai, até que se chega à grande final. Os competidores têm 40 segundos para fazer suas rimas, ao fim dos quais é a vez do adversário. As rimas devem estar relacionadas e desafiar as do oponente. Pode-se versar sobre qualquer assunto, mas temáticas sociais e ligadas ao hip-hop são mais freqüentes. A decisão do campeão é feita pelo público, que faz "barulho" para cada um deles. O primeiro encontro aconteceu no dia 13 de junho, e reuniu cerca de 20 pessoas, todos convidados pelos organizadores. No sábado seguinte, um grupo de jovens que passou pelo local com um pandeiro foi convidado a participar. "Eles fizeram uma batida pra gente e acabaram ficando até o fim", conta Ribeiro. Se o número de participantes ainda não aumentou expressivamente, a batalha já tem público fiel. É o caso de José Fernando Meyer Viena, 22, que participou de todos os encontros e vê a iniciativa com bons olhos. "É muito bom porque é hip-hop. E ser no sábado à noite é ótimo, em vez de estar fazendo bagunça por aí os jovens estão em contato com a cultura", avalia Viena, que é mecânico de caminhões, mas pretende ser profissional da música.
fonte:http://www.bancadigital.com.br/jpiracicaba/reader2/